segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Extrapolou o Orçamento? O que fazer para voltar à normalidade?



Para atingir a independência financeira, o primeiro passo é gastar menos do que ganha. Aliás, não é só o primeiro passo, é o passo fundamental. Sem ele, qualquer planejamento para a IF não é e não será suficiente.

Mas existem meses em que imprevistos acontecem e o planejamento mensal vai pelo ralo. É um remédio mais caro, um conserto no carro, uma necessidade familiar, uma conta não prevista que chega inesperadamente, uma multa de trânsito, um roubo, um evento importante para ir quando não foi planejado. Essas situações são mais comuns do que se imagina, por isso é sempre bom estar preparado, financeiramente e psicologicamente, para quando acontecerem.

De tempos em tempos é preciso reformular estratégias, rever orçamentos, gastos, planejamentos, metas... pois não tem como ser totalmente previsível do que vem pela frente. Quando se trata de orçamentos, não dá pra ser inflexível.

No meu caso, nesse último mês o carro deu problema no cabeçote do motor e precisou de uma retífica. Foram 1450,00 gastos com manutenção. Fora cerca de 150,00 que gastei com transporte enquanto o carro ficou parado.

Esse dinheiro precisou sair da reserva de emergência, afinal é pra isso que ela serve.

Além disso, peguei uma tosse alérgica que durou quase duas semanas, sem conseguir sequer dormir direito. Resultado, depois de uma semana no desespero, eu tava comprando qualquer remédio, chá, mel, tudo que me indicavam eu ia comprando, doido pra ficar bom logo.

O efeito psicológico que ocorreu foi uma reação em cadeia. Passei a gastar mais do que o estipulado para outras coisas do orçamento. Talvez por um estado emocional fraco depois de meses de economia, fechando abaixo do orçamento, e, claro, da tosse ininterrupta. O fato é que extrapolei e gastei muito sem necessidade, especialmente com lazer, e comida fora de casa.

Tentei estancar a sangria, mas já era tarde, já tinha extrapolado cerca de 500 reais do orçamento, além do que gastei com o carro, e precisei entrar na reserva de emergência. Pelo menos o estrago não foi maior.

Quem já está há mais tempo nessa caminhada com certeza já deve ter passado meses assim.

Se você investe, mas não tem uma reserva de emergência, repense bastante, e tome a atitude correta para montar essa reserva o quanto antes.

Além disso, é preciso ser equilibrado nos gastos, especialmente no começo do mês. Para não ter que apertar demais o cinto no final do mês e acabar se sentindo sufocado.

Percebi que ainda vagueia dentro de mim aquele velho sentimento perigosíssimo de querer se recompensar por passar por algo difícil. Apesar de 'se recompensar' ser algo que respeita a lógica de vida, quando se trata de finanças tem-se que pisar em ovos.

Pois se esse "algo difícil" for economizar para respeitar o orçamento, a recompensa não pode ser gastar mais! É um contra senso. É a mesma coisa que seguir uma dieta durante 7 dias, e se recompensar com uma pizza, ou com um sorvete no final de semana, apenas por ser disciplinado na dieta!

E o perigo é que isso acontece inconscientemente. Da mesma forma que uma doença silenciosa, gastar mais para se recompensar por economizar começa aos poucos e só é descoberto quando já está num estado avançado.

Bom, e o que fazer caso gastemos demais e extrapolemos o orçamento inicial?

Caso você ainda esteja no meio do mês, vai  precisar rever com cuidado seus gastos anotados no seu fluxo de caixa, aquela listinha onde você registra todas as despesas do dia-a-dia.

Veja bem, se você faz exames constantemente, pode descobrir doenças antes de elas avançarem, e a tempo de poder tratar.

No caso das finanças, esses exames são o fluxo de caixa e o orçamento pessoal. Essa dupla é capaz de te dizer: "Olha, você está gastando demais. Se continuar assim, vai ficar sem dinheiro no final do mês!"

O orçamento pessoal é o laboratório que examina o sangue das suas finanças. Ele te diz se sua condição financeira está com o colesterol alto, se está com diabetes, ou se está com anemia.

Por isso a importância de se registrar todos os gastos, dos menores até os mais significativos.

No meu caso específico, da mesma forma que uma constatação de problema de saúde antecipado, vou ter que tomar atitudes financeiras saudáveis, e mudar os hábitos de consumo. Do contrário, ou vou ficar sem dinheiro pra terminar o mês, ou vou ter que ir minando a reserva de emergência.

A reserva de emergência é como se fosse um remédio pra dor de cabeça. Você pode ir tomando, tomando, e ir se segurando. Mas se não tratar a causa, uma hora esse remédio não vai ter mais serventia, e a dor vai continuar. E pior, ter feito bastante uso desse remédio sem tratar a causa, vai ter prejudicado bastante sua saúde financeira. Pois sua reserva de emergência pode acabar, e numa real necessidade, não vai ter esse recurso para recorrer.

Voltando ao orçamento, caso você não tenha e não faça um orçamento doméstico, das duas uma: ou você está gastando mais do que ganha e não está percebendo, ou você poderia estar aportando bem mais nos seus investimentos, e não se dá conta disso.

A importância de colocar suas metas e objetivos no papel é indiscutível. Há inúmeros estudos que mostram e ratificam essa importância.

Diante então dos seus registros, é preciso ver exatamente pra onde foi a maioria dos gastos. Daí em diante, estanque esse vazamento o quanto antes.

Por exemplo, se percebeu que gastou de mais comendo fora de casa, é porque, por algum motivo, você está sendo levado a essa atitude inconscientemente. Portanto, com o 'exame e diagnóstico' nas mãos, tome a decisão correta e pare com a atitude identificada, que está prejudicando suas finanças.

Agora, caso só venha a perceber que gastou demais depois do final do mês, é hora de revisar gasto por gasto para onde o dinheiro vazou e planejar o mês seguinte.

Com o orçamento do mês anterior em mãos, vá direcionando verbas para aqueles itens onde você sentiu a necessidade de fazer mais despesas que os outros. Mas sempre filtre se foram despesas realmente necessárias.

E tenha em mente que você deve respeitar o orçamento todos os dias.

Mais do que procurar investimentos com altas rentabilidades, é bem mais lucrativo se policiar para se manter dentro do planejamento mensal. Pois as suas despesas mensais são algo constante no seu dia-a-dia, com alta capacidade de minar suas finanças.

E como muitos conhecem aquela primeira regra do Warren Buffet: Nunca perca dinheiro.

CONCLUSÃO

É preciso se policiar sempre, para que as despesas diárias não atrapalhem o planejamento mensal, muito menos a caminhada até a independência financeira.

Se você não faz um fluxo de caixa e um orçamento doméstico, e percebe que sempre termina o mês negativo, usando cheque especial ou cartão de crédito, inicie o quanto antes para diagnosticar o seu problema.

Caso você tenha esse orçamento e mesmo assim esteja gastando demais, faça uma auditoria minuciosa nos seus registros e descubra para onde o dinheiro está indo.

É lembre-se de tempos em tempos rever seu orçamento, pois os dias nunca são iguais, as necessidades mudam, o psicológico muda, tudo muda. Portanto, seja flexível e se adeque, sempre mantendo-se dentro do planejado.

E por fim, não esqueça de ter sua reserva de emergência sempre a postos e abastecida, para reais necessidades, pois imprevistos sempre, sempre acontecem.

Um forte abraço do Diário.

4 comentários:

  1. Olá Diário! Tudo bem?

    Excelente post! Lembro-me que passei muito por esses tipos de situação antes de me tornar uma pessoa um pouco mais esclarecida sobre finanças. Como você bem fala no texto, é de grande importância manter todo um planejamento e despesas executadas registradas para se fazer uma análise em tempo real ou posterior. Gosto de registrar tudo num aplicativo no celular, lembro da minha esposa achando estranho quando eu registrava todos os nossos gastos, centavo por centavo. Mas depois ela entendeu e hoje é minha grande parceira na busca da IF. Desejo boa sorte a todos nessa jornada, um abraço!

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    1. Olá MIBR, muito obrigado.

      Essa atitude de registrar tudo, que tanta gente não faz, é bem importante mesmo. Interessante que eu tenho esse hábito mesmo antes de mudar de mentalidade e passar a poupar. Eu fazia certo, mas agia de acordo. Eu registrava por hábito, mas não estudava as despesas, não via onde gastava mais, e principalmente, não tomava a atitude de gastar menos do que ganhava. Hoje graças a Deus tenho essa atitude.

      Mantenho tudo numa planilha no Excel.

      Difícil é convencer a esposa a fazer o mesmo. Você é um herói por ter conseguido isso hehe

      Muito obrigado pela visita.

      Fica com Deus e um abraço

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  2. Ótmo texto, Diário! Dezembro é o mês ideal para essas extrapoladas rs

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    1. Obrigado Enriquecendo.

      Pois é, temos que nos policiar muuuito bem, hehehe

      Dezembro é um mês de provação pros mais fortes.

      Um abraço

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